quinta-feira, 1 de outubro de 2015

MASTURBAR OU NÃO?

Castidade não é um conceito estranho para mim. O maior período que passei assim foi de três semanas, significando nada de sexo nem masturbação – e, portanto nada de orgasmos – por 21 dias. Isso mudou minha vida.
Há evidências de que fazer sexo ou se masturbar pode reduzir nossa frequência cardíaca de repouso por até 12 horas. Assim, é claramente importante se aliviar – mas se abster por algumas semanas certamente tem seus benefícios. Benefícios apoiados em fatos científicos fornecidos pelo professor Pfaus.
Nas três semanas em que me abstive, escrevi 20 artigos, construí uma cama, comecei a trabalhar num livro e passei a comer salada como qualquer adulto funcional com medo de um ataque cardíaco iminente deve fazer. Assim que comecei a me tocar de novo, toda essa produtividade desapareceu, fechando um longo ciclo de potencial perdido.
Tenho pouco ou praticamente nenhum conhecimento nesse campo, mas imaginei que deve haver algum tipo de ligação científica aqui: como sêmen contém testosterona, quando você guarda essa testosterona toda para você, tipo um Tio Patinhas do esperma, você acaba com mais "impulso". Certo? Mais ou menos.
"Manter o sêmen não aumenta a probabilidade de seus constituintes 'vazarem' de volta para o sangue", explicou o professor Pfaus. "No entanto, se você estiver mantendo isso, significa que não está fazendo sexo ou se masturbando, o que pode aumentar sua excitação na antecipação de realmente fazer sexo. Acho que essa é a 'energia' de que os adeptos de sexo tântrico falam. Aprender a manter uma ereção e segurar a ejaculação torna a experiência do orgasmo mais intensa e prazerosa. Isso é verdade para nós e para os ratos. Então, o aumento de 'energia' é mais psicológico do que qualquer outra coisa."

Houve um tempo em que eu acordava de manhã e o mundo todo parecia brilhante, emocionante e cheio de oportunidades. Agora, sou um homem crescido, e cada manhã geralmente traz dor nas costas, 20 e-mails não lidos antes mesmo de eu escovar os dentes e um cara que demora inexplicavelmente para sacar dinheiro de um caixa automático. Mas, nas minhas três semanas de abstinência, havia uma luz no fim do túnel de todo esse horror. Por alguma razão, cada dia parecia incomensuravelmente menos escroto. Havia um tipo de leveza em não se masturbar – uma clareza.
"Alguns homens experimentam uma culpa extrema com a masturbação", afirmou o professor Pfaus. "Outros tentam atingir orgasmos várias vezes por dia de maneira obsessiva. Alguns homens sofrem das duas coisas. A natureza obsessiva e compulsiva disso os faz se masturbarem frequentemente – talvez demais, porque eles acabam num estado crônico de retratividade sobre o pênis e os mecanismos ejaculatórios."

Não se masturbar pode ser uma coisa boa: você pode se sentir acordado, limpo e pronto para resolver sua vida. Mas também é andar constantemente com um volume na calça, mesmo quando você estiver no telefone falando com seu pai.
O professor Pfaus assim explica: "A ereção, tanto nos homens como nas mulheres, exige uma ativação orquestrada das divisões simpática e parassimpática do sistema nervoso autônomo. Quando você tem uma ereção, esse mecanismo é inibido por a descida de serotonina. "Então, quem se masturba frequentemente fica num estado de refratariedade. Então, se você descansar por um tempo – digamos, 24 ou 48 horas –, você vai notar suas ereções voltarem mais fortes. No entanto, todo mundo é diferente; então, a otimização de uma pessoa pode ser a disfunção da outra. A otimização tem de ser determinada para cada indivíduo em cada circunstância."

"Abster-nos da masturbação não vai nos matar", conclui o professor Pfaus, "mas nos priva de uma autodescoberta importante. E sabemos que a abstinência de masturbação – além de sexo e prazer em geral – é geralmente ditada por pessoas obcecadas por 'pureza' e 'comportamento moral correto'. Pessoas assim não conseguem suportar o prazer dos outros."

Matéria completa aqui: http://www.vice.com/pt_br/read/os-beneficios-cientificos-e-pessoais-de-nao-se-masturbar

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